Número de Mensagens : 262 Data de inscrição : 28/05/2009
Assunto: Salão Sex 15 Jun - 8:53
Relembrando a primeira mensagem :
Os dias na taberna eram tranquilos, durante o dia algumas poucas pessoas passavam por ali à procura de lugar para dormir ou algo para comer, porém na taberna não havia quartos disponíveis no segundo andar, apenas o quarto da dona e um cômodo abandonado que servia de depósito. Não havia quartos porque poucos eram os viajantes, a maioria da clientela era o próprio povoado que aos poucos pegavam gosto pela diversão à muito tempo esquecida.
Cassandra a dona da taberna era uma mulher sozinha, seu marido e filhos tinham ido servir na guerra de Vasta, e como muitos outros não retornaram. Ela então fugiu da cidade de Vasta com um grupo de pessoas que moravam perto, amigos de uma vida inteira, tentando recompor a dignidade perdida. Acharam no pé da montanha ao Norte, um lugar para chamar de lar.
Aos poucos foram reerguendo sua vida, e Cassandra decidiu seguir com o negócio do marido, abrindo assim a segunda Taberna Escudo de Carvalho. O lugar a princípio era simples, um grande salão de madeira com poucas mesas e uma fraca iluminação, porém o cheiro de assados e temperos que Cassandra fazia cativou a todos do povoado.
Hoje, 10 anos depois de o Refúgio ser fundado a Taberna estava maior, mais mesas e mais pessoas frequentavam o lugar, mas os dias ainda eram calmos e monótonos, poucos viajantes se embrenhavam na proteção da floresta e achavam o lugar, a música suave que um Bardo bêbado tocava em troca de alguns copos era constante e quase todos os dias podia-se encontrar o velho homem sentado ao fundo da taberna com seu alaúde nas mãos.
E assim Cassandra seguia a vida, cozinhava durante o dia todo e a noite servia as bebidas para os clientes rotineiros, vez ou outra tinha que barganhar com os jovens da Vila para caçarem para ela. Mas no geral, a vida era tranquila, bem diferente da vida que Cassandra deixara para trás no Reino de Vasta.
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Narradora
Número de Mensagens : 262 Data de inscrição : 28/05/2009
Assunto: Re: Salão Qua 15 Ago - 13:04
*** Ferrys ***
Ferrys observou atentamento os mais próximos por ali, e a maioria estava abismada com a criatura que acabar de entrar, Ferrys sabia o que era um gnomo, até mesmo já encontrou alguns durante sua vida.
Porém para a agrande maioria no lugar que pelo pouco que ele soube, tinham nascido no refúgio, aquela era uma criatura impressionante, e toda a atenção estava sobre o gnomo.
Aproveitando o momento Ferrys se levantou e andou até a escada, andou normalmente, sem levantar suspeitas, e conseguiu atingir os primeiros degraus sem que ninguém o interrompesse.
CONTINUAMOS EM QUARTOS.
Tellwyahonnius
Número de Mensagens : 30 Data de inscrição : 03/07/2018
Assunto: Re: Salão Qua 15 Ago - 21:29
Tellwyahonnius falava sem parar, de fato. Sangue gnomo misturado a álcool é receita para tagarelice. Ele mal percebia que seu interlocutor já não prestava mais atenção. Afinal, era professor universitário. Já estava acostumado a olhos desfocados perdidos no horizonte enquanto falava.
Aquele nativo em especial demonstrava grande rancor dos deuses. Possivelmente alguma catástrofe divina havia abatido aquele mundo escuro e frio, e aparentemente vazio. Tell anotou mentalmente essa informação, não queria bárbaros irados acreditando que ele era um mensageiro dos deuses ou coisa do tipo.
Narradora escreveu:
- Então, pelo que entendi, foi um acidente vir parar aqui… - Um grande gole na cerveja - … E agora que está aqui, não querendo ser rude, acho que deve voltar, antes que outros venham atrás de você.
Ele olha para o líquido dentro da caneca - A não ser que aqui realmente tenha algo que você busca…
O velho gnomo engole todo o conteúdo da sua caneca de uma vez. Tinha acabado de chegar de uma longa.... LONGA viagem. Não tinha a menor intenção de partir imediatamente logo após chegar. Ainda havia muitos testes e pesquisas a serem feitos.
Mas, agora que o nativo havia mencionado a questão, Tell percebeu... a Horizonte estava destruída! Ele quase cuspiu a cerveja com a emoção causada pela súbita epifania.
-"BIGODES DE YMIR!!! A HORIZONTE!!! DESTRUÍDA!!!"- exasperou-se o velho gnomo, batendo a caneca na mesa.
-"Spruggles... estou preso aqui. Pelo menos até reconstruí-la. Bom, não deve ser difícil, se eu tiver os materiais corretos."- o gnomo fechou os olhos e franziu a testa em preocupação, tentando visualizar as plantas e desenhos de construção da Horizonte.
-"De qualquer forma, meu jovem. Tenho uma pesquisa a desempenhar. Existe uma universidade neste lugar? um lugar com sábios e escolásticos?"- dizia, tentando aceitar que seu destino o prendera em um mundo desconhecido por tempo indeterminado.
Narradora
Número de Mensagens : 262 Data de inscrição : 28/05/2009
Assunto: Re: Salão Qui 16 Ago - 8:20
Tellwyahonnius escreveu:
-"BIGODES DE YMIR!!! A HORIZONTE!!! DESTRUÍDA!!!"- exasperou-se o velho gnomo, batendo a caneca na mesa.
Vougan nesse momento deu um sobressalto no balcão… assustado com a reação do gnomo, e levando sua mão até o cabo da espada instintivamente.
Tellwyahonnius escreveu:
-"Spruggles... estou preso aqui. Pelo menos até reconstruí-la. Bom, não deve ser difícil, se eu tiver os materiais corretos."
-"De qualquer forma, meu jovem. Tenho uma pesquisa a desempenhar. Existe uma universidade neste lugar? um lugar com sábios e escolásticos?"
Já mais calmo Vougan chama Cassandra que estava servindo alguns outros clientes no balcão.
- Mais cerveja senhor? - Ela pergunta já enchendo a caneca do gnomo novamente.
- Cassy que trata mais com forasteiros, você já ouviu falar de alguma “universidade” ou “escolásticos” ?
Cassandra franze a testa levemente tentando buscar, mas logo sua resposta é negativa, ela então volta para a portinhola atrás do balcão para buscar mais um pedaço de assado.
- Realmente não temos nada disso por aqui, mas você comentou de sábios, isso existiu muito, as guildas de Vasta eram cheias deles. Assim como alguns casebres por lá que também tinham muita quinquilharia que lembram as suas.
Vougan dá um grande gole na cerveja e suspira fundo.
- Mas desde a última guerra o reino de Vasta está tomado pelos Orcs, e você seria um belo aperitivo de entrada para eles.
LIV
Número de Mensagens : 139 Data de inscrição : 09/08/2018
Ficha Vasta Jogador: LIV Sexo: Feminino Raça: Meio-elfa
Assunto: Re: Salão Sex 17 Ago - 10:06
O baque surdo na rua de pedras lá fora mal podia ser ouvido pelos que se encontravam abrigados no interior da taverna – e só não foi maior porque a Donzela da Guerra sussurrou no último segundo um encantamento, criando um disco de energia e símbolos arcanos que absorveu o primeiro impacto de sua queda, quebrando-se três metros acima do chão em uma nuvem de centelhas que cascatearam sobre a mulher que caíra sobre um joelho no meio da rua.
Envolta em um grande manto branco de couro macio entremeado ao pelo vasto de algum animal exótico, a desconhecida que caiu dos céus – felizmente inobservada naquela hora tão deserta – baixou a cabeça em um esgar de dor, cuspindo sangue nas pedras do pavimento. “Maldição, eu não posso morrer aqui” – ela pensou, apoiando a lâmina de sua gigantesca espada no chão frio, como apoio para se erguer.
Colocando-se de pé, percebeu que o ferimento na lateral do corpo sangrava. Tinha o sangue e o pó do campo de batalha sobre toda sua figura ao olhar para os céus e se deparar com um conjunto completamente novo de estrelas. “Todos mortos... Alahad, morto... Mas eu consegui. Se as estrelas estiverem corretas...” – uma fisgada profunda de dor estremeceu os joelhos da mulher de cabelos platinados como o luar e ela se apoiou pesadamente na grande espada – que naquele momento mudou de forma para um martelo-de-guerra, oferecendo maior sustentação ao corpo pequeno e nitidamente ferido da forasteira.
Percebendo que havia uma taverna diante de si, a porta convidativa há menos de cinco metros, a Astróloga deixou as íris azuis se encherem das novas estrelas e então desviou os olhos dos céus, caminhando com um passo lento e dolorido em direção ao estabelecimento. Antes de entrar, bateu suavemente com a mão esquerda contra o peito e murmurou, bem baixinho:
- Gayakâ – e antes que entrasse na taverna estava impecavelmente limpa, o manto branco e imaculado como neve recente. Puxou o capuz sobre a cabeça e mudou a arma de martelo para lança, apoiando-se nela como se na verdade fosse um cajado.
Ganhou o grande salão o mais discretamente possível, considerando sua figura alvíssima em contraste com a grande lança negra que se erguia muito acima de sua cabeça. Esgueirou-se para a primeira mesa desocupada que encontrou, num canto próximo das janelas que davam para a rua. Manteve os olhos baixos, apesar de saber que era arriscado adentrar terreno desconhecido sem uma prévia verificação. Mas a dor a entorpecia e tudo que interessava era conseguir sentar-se antes de desmaiar.
“Se Herys estivesse aqui... mas ela está morta, e eu logo me juntarei a ela se não achar um meio de estancar esse maldito sangramento” – o pensamento flutuava na mente dela quando se sentou pesadamente na cadeira, sufocando um gemido baixinho de dor e levando a mão esquerda ao ferimento no lado direito do corpo, sob o manto.
As pessoas presentes fatalmente notariam que a pequena figura, possivelmente feminina, mancava e arqueava o corpo para o lado direito, mas não era possível divisar as feições da recém-chegada sob o grande capuz de couro e pelos.
Narradora
Número de Mensagens : 262 Data de inscrição : 28/05/2009
Assunto: Re: Salão Sex 17 Ago - 10:46
***Liv***
A noite era fria, mas aquela noite em específico estava mais fria que o normal. Os ventos gelados que a montanha ao norte soprava passavam pelo vilarejo trazendo folhas mortas da floresta sombria, próximo de onde a maga “caíra” havia um poço, onde um gato desgrenhado tirava seu cochilo noturno. Ao ver a mulher que acabara de aparecer o gato se levantou num salto e sibilou para a criatura em sua frente, logo em seguida correu para uma das casas em volta, deixando assim a praça praticamente deserta.
Ao levantar-se e sentir a fisgada do ferimento lateral a estranha figura pode sentir em seu rosto as pequenas agulhadas que o ar gélido causava ao vir de encontro a sua pele.
Era um novo mundo, realmente era um lugar totalmente diferente, seu grande conhecimento em astrologia permitiu que identificasse no mesmo momento em que observou as estrelas. O lugar era escuro, e a gigantesca montanha que parecia se curvar sobre o lugar, o deixava mais escuro ainda, cobrindo assim parte do céu visível de onde ela estava, seria um lugar já conhecido ou estudado? Com pouca visão do ambiente ela não poderia ter certeza.
Apoiando o peso de seu corpo sobre o machado caminhou em direção a taverna, a cada passo o cheiro de temperos invadia-lhe as narinas, e a conversa animada parecia crescer. Porém não tão animada havia uma tensão que a maga podia sentir no ar.
LIV escreveu:
- Gayakâ
Ao adentrar o grande salão, o calor do lugar lhe abraçou, fazendo com que o frio de fora já não fosse um incômodo. Ela seguiu em direção a uma mesa vazia podendo sentir todos os olhares curiosos caírem sobre si e poucos segundos após se sentar um garoto magro de olhos brilhantes e uma animação bem visível no rosto veio lhe atender.
Uma enorme jarra em suas mãos balançava de um lado para o outro, e a cada movimento gotas de hidromel caiam nas mão do menino que pouco parecia se importar, na verdade parecia mesmo que ele andara provando uma caneca ou outra do que estava servindo:
- Oi… deseja comer alguma coisa ? - Antes mesmo de terminar a frase ele já enchia uma caneca e empurrava em direção a ela.
LIV
Número de Mensagens : 139 Data de inscrição : 09/08/2018
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Assunto: Re: Salão Sex 17 Ago - 11:02
A figura encapuzada acenou uma negativa com a cabeça e empurrou o hidromel de volta para o garoto, só então notando as marcas de sangue que seus dedos deixaram na caneca. A dor ia apagá-la em pouco tempo - acostumada que estava aos campos de batalha, ela bem sabia.
- Um curandeiro, meu bom garoto... um sacerdote ou bruxa, ou um fisicista. Qualquer um que saiba costurar carne. Rápido, por favor. - apesar da gravidade das palavras, a voz da moça - porque de fato era uma jovem voz feminina - era macia e suave, como uma carícia que deslizava dos ouvidos para a mente sem paradas pelo caminho.
Narradora
Número de Mensagens : 262 Data de inscrição : 28/05/2009
Assunto: Re: Salão Sex 17 Ago - 12:12
*** Liv ***
O garoto colocou a jarra na mesa e olhou fixamente para a caneca, o sangue que sujava o carvalho o assustou e com os olhos arregalados ele correu em direção ao balcão passando entre alguns aldeões que já tinham levantado e dançavam ao som do Bardo bêbado.
Logo em seguida uma mulher alta, magra e ruiva se aproxima com uma cara de preocupada, ela trazia um pano branco onde enxugava as mãos.
- Você está bem..? O que houve ? Foi atacada pelos Orcs..? - Ela pergunta exasperada.
Logo se volta em direção ao garoto e fala algo num tom tão baixo que a maga não pode ouvir, o garoto novamente se perde entre os aldeões enquanto Cassandra se aproxima cautelosa da maga.
LIV
Número de Mensagens : 139 Data de inscrição : 09/08/2018
Ficha Vasta Jogador: LIV Sexo: Feminino Raça: Meio-elfa
Assunto: Re: Salão Sex 17 Ago - 14:53
Orcs. Uma semelhança entre seus mundos, então. Os feitiços que a permitiam se comunicar em qualquer idioma escondiam, no mais das vezes, as origens étnicas das pessoas de outras realidades, planos e mundos. Mas a mulher parecia definitivamente humana, assim como o garoto que corria assustado - a Donzela da Guerra só esperava que fosse para chamar um clérigo. Sentiu o frio nas pontas dos dedos e uma letargia apoderar-se de seus sentidos.
- Fui ferid... ferida... ferida em batalha. Meus companheiros... caíram. - a cada segundo se tornava mais difícil falar ou manter os olhos abertos. Mas ela sabia que não podia se dar ao luxo de deslizar para a convidativa e doce inconsciência. Ou a Morte, seu grande inimigo, a alcançaria. - Por favor, gentil dam... gentil dama... um médico? Em alguns mundos o clérigo se cham... chama médico. Eu tenho pelo menos duas... ou três... costelas quebradas e a dor me indic...
A garota se interrompeu, visivelmente arfando pelo esforço de falar. Em um gesto lento, retirou o capuz, revelando seu semblante à taverneira (e demais observadores da cena). Era uma mulher jovem, de pele bastante clara e cabelos da cor-do-luar que se perdiam por dentro do manto. A boca carnuda era avermelhada - ou seria aquilo um rubor sanguíneo? - e os olhos exibiam íris de um azul profundo que oscilavam com uma luz fantástica, como se minúsculos pontos de glitter dançassem naqueles olhos quando a moça mexia a cabeça. Com grande dificuldade, ela prosseguiu:
- ... a dor me indica que pelo menos uma das costelas perfurou o pulmão. Isso resultou d... do golp... golpe de uma maça estrela. - do clérigo do Deus da Morte e das Mentiras em um outro mundo, ela quase completou, mas se calou. Ainda não sabia onde estava e precisava primeiro garantir que sobreviveria. As explicações poderiam vir depois.
Tellwyahonnius
Número de Mensagens : 30 Data de inscrição : 03/07/2018
Assunto: Re: Salão Dom 19 Ago - 18:09
Tellwyahonnius notara que o jovem puxara a espada quando ele bateu o copo de cerveja na mesa, mas fez o seu melhor para manter o semblante despreocupado. O que diabos havia acontecido com aquele mundo, que todos estavam sob tanta pressão e prontos a sacar armas o tempo inteiro pelo menor dos motivos? Tell ficou preocupado com seu pescoço. Não era um guerreiro, era um homem de ciências. Não duraria muito tempo em um local onde se pode ser degolado por qualquer mínimo movimento suspeito. Mais do que sua pesquisa, deveria no momento concentrar esforços em seu resgate ou fuga. Quando tivesse os meios para conseguir sair daquele mundo e retornar a seu Plano de origem, aí avaliaria novamente a possibilidade de permanecer mais um pouco em prol de seu trabalho.
Narradora escreveu:
- Realmente não temos nada disso por aqui, mas você comentou de sábios, isso existiu muito, as guildas de Vasta eram cheias deles. Assim como alguns casebres por lá que também tinham muita quinquilharia que lembram as suas.
Então ainda havia esperança, mesmo que pouca. Talvez devesse procurar os donos das "quinquilharias". Tell duvidava imensamente que algum deles possuísse equipamentos iguais aos seus, isso seria esperar demais. Sorte demais. Mas, se houvessem homens de ciência neste mundo, voltar para casa talvez não fosse algo tão difícil. Talvez demorado, mas não impossível.
Narradora escreveu:
Vougan dá um grande gole na cerveja e suspira fundo.
- Mas desde a última guerra o reino de Vasta está tomado pelos Orcs, e você seria um belo aperitivo de entrada para eles.
Orcs. Tell já havia conhecido alguns em sua longa vida. Cultura fascinante, a bem da verdade. Tellwyahonnius já havia inclusive tido a oportunidade de conversar com alguns indivíduos que possuíam até certo brilhantismo, dadas as limitações genéticas da raça. Mas, infelizmente, a cultura geral da raça, apesar de fascinante, privilegiava os brutos e violentos. Mas, no geral, Tell não temia. Era verdade que era um velho gnomo, mas ainda era um aventureiro experiente que enfrentara mil desafios em andanças através dos planos. Sobrevivera aos Nove Infernos, fugira de Gehenna. Andara pelos planos Interiores e sobrevivera. Acreditar que Tellwyahonnius Smivfelheim é um velho indefeso é um erro que poucos cometem duas vezes. Mas, violência não era de seu agrado. Enquanto pudesse evitá-la, o faria.
Saindo de devaneios onde montava ao mesmo tempo planos para sobreviver e para voltar pra casa, Tell percebeu que uma donzela conversava com o jovem garçom. A moça falava com dificuldades, e aparentemente sangrava.
Spruggles... aquele era de fato um mundo em guerra, afinal.
Tellwyahonnius percebera a gravidade dos ferimentos da moça. E lembrara-se das palavras da estalajadeira: nenhum sábio, nenhum médico. Droga pra ele, dia de sorte pra ela. Tell virou o resto de sua cerveja. E caminhou em direção a donzela ferida.
-"Saudações, minha jovem. Presumo que a noite tenha sido difícil. Deixe-me dar uma olhada nesse arranhão, sim?"- disse Tell, colocando os óculos e se aproximando, oferecendo a mão em cumprimento.
-"Estalajadeira, acredito que a moça precise de uma acomodação confortável. Também precisarei da sua aguardente mais forte, e dois copos, por gentileza. Alguns panos limpos seriam apreciados."
Narradora
Número de Mensagens : 262 Data de inscrição : 28/05/2009
Assunto: Re: Salão Seg 20 Ago - 9:46
*** Liv***
LIV escreveu:
- Fui ferid... ferida... ferida em batalha. Meus companheiros... caíram.
- Por favor, gentil dam... gentil dama... um médico? Em alguns mundos o clérigo se cham... chama médico. Eu tenho pelo menos duas... ou três... costelas quebradas e a dor me indic...
A figura a frente de Cassandra da um arfar de dor e pende um pouco para os lados, Cassandra olha em volta em busca de auxílio e fica temerosa em tornar a situação muito mais alarmante que o necessário. Ela se aproxima da figura estranha com receio de tocá-la, porém prestes a segurá-la caso a mesma pendesse da cadeira.
LIV escreveu:
- ... a dor me indica que pelo menos uma das costelas perfurou o pulmão. Isso resultou d... do golp... golpe de uma maça estrela.
Nesse momento o garoto esquálido que tinha corrido assustado volta com um homem grande, que tinha uma aparência bruta. O mesmo se aproxima de Cassandra com um olhar desconfiado, em seguida olha para a mulher que se revelara e de volta a Cassandra:
- Tem certeza Cassy?
- Claro… olha a situação dela.
Ele se aproxima temeroso sem saber exatamente onde tocar, mas sem falar nada e nem ao menos olhar para a mulher, ele a pega no colo. Mesmo com cuidado o movimento de ser alçada faz uma pontada de dor percorrer todo o seu corpo, deixando sua pele rígida e arrepiada.
-"Saudações, minha jovem. Presumo que a noite tenha sido difícil. Deixe-me dar uma olhada nesse arranhão, sim?"
Nesse momento um brutamonte gigante passa ao lado do pequeno gnomo, para um humano ele já era alto, perto de Tellwyahonnius ele era mais gigante ainda.
Assim que o pequeno homem se aproxima estendendo a mão, o brutamonte levanta a mulher ferida e se põe a caminho de uma escadaria ao canto do salão. Tellwyahonnius pode observar que a grande maioria dos presentes não prestavam muito a atenção, porém o grande ruivo que o mago a pouco conversava, estava do balcão bebendo sua cerveja e com os olhos fixos na cena... uma verdadeira águia.
Tellwyahonnius escreveu:
-"Estalajadeira, acredito que a moça precise de uma acomodação confortável. Também precisarei da sua aguardente mais forte, e dois copos, por gentileza. Alguns panos limpos seriam apreciados."
O brutamonte que carregava a mulher ferida começa a subir as escadas e Cassandra se vira para o pequeno gnomo:
- Por favor senhor, nos acompanhe até meu quarto, íamos tentar limpar e ajudá-la com o conhecimento de guerra que nós mesmos temos aqui, mas você parece saber o que fazer. Irei providenciar o que precisa.
Dito isso Cassandra segue para o balcão e após trocar breves palavras com o ruivo que a pouco o acompanhara na bebida entra em uma portinhol atrás do mesmo. Mal se passou um minuto ela retorna com o que lhe foi pedido e segue direto para a escada.
Número de Mensagens : 139 Data de inscrição : 09/08/2018
Ficha Vasta Jogador: LIV Sexo: Feminino Raça: Meio-elfa
Assunto: Re: Salão Seg 20 Ago - 19:07
Ao ser erguida nos braços do forte rapaz, a moça geme como um bichinho ferido e se encolhe, sentindo o sangue na boca. Definitivamente aquela não era a melhor maneira de ser transportada - pensou em pura e simples levitação, ou mesmo em macas rudimentares - mas a verdade é que não tinha forças nem para questionar, muito menos para fazer melhor. A única coisa que conseguiu fazer foi agarrar a arma - que se apresentava em forma de lança desde que entrara na taverna - com bastante firmeza entre os dedos de sua mão fria.
E então se aproxima um senhor da raça dos gnomos - ao menos assim eram chamados no mundo natal dela - e apresenta-se com calma incomum diante do sangue que vertia de seus ferimentos. O que era ótimo. Se ele se mantinha tão equilibrado assim, possivelmente já tinha visto coisa pior. E isso fez com que a garota abrisse um meio sorriso, corroído pela dor, e olhasse diretamente nos olhos do pequeno veterano.
Tellwyahonnius fatalmente já tinha visto muitas coisas em suas viagens. Mas aquelas íris eram algo único. Os olhos da moça eram de um azul profundo, entre o celeste e o marinho, como safiras frias. Mas, dentro deles, dançando num ritmo próprio, pequenos pontos dourados e perolados moviam-se lentamente. E, sendo um cientista como era, o gnomo se surpreendeu olhando para o céu noturno lá fora através dos olhos da garota ferida. As mesmas estrelas, as mesmas constelações, movendo-se exatamente no mesmo ritmo, na mesma direção. Uma miniatura do céu noturno em sua lenta dança cósmica.
- Senhor, é essenc... - a pequena arfou e tampou a boca com uma beirada do manto, cuspindo sangue ao respirar. Recuperando-se, ela continuou - ... essencial. Haja o que houver, senhor. A arma. Legião não pode ser afastada de mim. Não mais que poucos metros. Por fav... - ela se interrompeu novamente, torcendo o nariz em uma careta de dor - Por favor, Mestre Gnomo. A segurança de todos depende disso. Caso eu venha a perecer... a arma precisará ser selada. Contida. E o livro sob meu manto, queimado em fogo vivo. Chamas de vulcão. Ou dragão.
Os cabelos cor-de-luar receberam o respingo do sangue quando a moça tossiu, sendo carregada pelo homenzarrão. Era evidente seu esforço para falar, mas ela parecia determinada em não deixar as informações cruciais de fora. Precisava garantir que teria chances de viver e que, se morresse, Legião seria lacrada. Pelo bem daquele povo que acolhia uma desconhecida sem maiores perguntas.
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Assunto: Re: Salão Sáb 25 Ago - 9:46
Era a estranho a Tellwyahonnius que a cena de uma donzela convalescente pudesse ser ignorada tremendamente por todos ao seu redor. Uma pessoa estava olhando, observando com seus olhos de águia. Tell acenou com a cabeça, pedindo desculpas ao amigo de copo. Havia uma emergência a tratar, as cortesias precisavam esperar.
o sólido homenzarrão ergueu a jovem, acima da cabeça do pequeno Tell. Nada que já não estivesse acostumado. Gnomos são abençoados pelos deuses com o dom de serem pequenos. Não é tão impressionante quanto um alto guerreiro, mas é certamente bastante útil em momentos de necessidade.
Ficou preocupado com a forma como o homem levantara a donzela. O ferimento indicava que algumas costelas poderiam estar quebradas. Pegá-la daquela forma punha em risco os pulmões. Não sabia também se havia trauma à coluna cervical. Porém, concordava que a urgência demandava improviso.
Foi quando a jovem fez contato visual, e havia o céu nos olhos dela. Tell já havia vagado pelas profundezas do Plano Astral. Havia conversado com Planetários e Arcontes. Fizera oferendas e bajulara o Dragão de Platina às sombras de seu plano em Arcádia. Vira belezas além da vida de qualquer mortal. Mas aqueles olhos certamente haveriam de figurar na lista de maravilhas que o velho gnomo observara. Há magia naqueles olhos. Há verdade neles. E há medo.
LIV escreveu:
- Senhor, é essenc... - a pequena arfou e tampou a boca com uma beirada do manto, cuspindo sangue ao respirar. Recuperando-se, ela continuou - ... essencial. Haja o que houver, senhor. A arma. Legião não pode ser afastada de mim. Não mais que poucos metros. Por fav... - ela se interrompeu novamente, torcendo o nariz em uma careta de dor - Por favor, Mestre Gnomo. A segurança de todos depende disso. Caso eu venha a perecer... a arma precisará ser selada. Contida. E o livro sob meu manto, queimado em fogo vivo. Chamas de vulcão. Ou dragão.
-"O essencial no momento, filha, é que você conserve forças e pare de falar. É só um arranhão, você vai ficar bem. O velho Tellwyahonnius vai cuidar de você.". - O velho piscou para a jovem, e deu uma risada. Era importante que a paciente não desistisse, e que acreditasse em sua própria recuperação, afinal.
========= CONTINUA NO SEGUNDO ANDAR ==================
Narradora
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Assunto: Re: Salão Ter 11 Set - 8:13
*** Ferrys ***
Quando Ferrys sai da escadaria ele observa que Cassandra estava ao balcão conversando com o ruivo que havia lhe dado as “boas vindas”, em seguida ela segue apressada e sobe as escadas com um ar de preocupação quase palpável.
Felizmente ele saiu a tempo, e sem chamar a atenção.. O que estava contecendo..? Um gnomo, uma maga… essas criaturas surgindo do nada, será que eles seriam os “outros” que lhe foi falado anteriormente ?
Ferrys pensava nas palavras de seu mentor quando foi interrompido:
- E então, gostou do que viu lá em cima ?
A voz estava próxima de seu ouvido, vinda de trás, então a dona da voz se movimenta de forma a ficar de frente com ele. Era uma mulher de uma beleza rústica, seus cabelos alaranjados estavam presos de forma a exibir seus belo rosto e pescoço, a forma como o olhava lembrava as muitas mulheres que já cruzaram seu caminho, porém as roupas elegantes mostravam que aquela garota não era apenas mais uma acompanhante de taverna.
Ela o encarava com um sorriso nos lábios, esperando uma resposta do que o homem fora fazer nos aposentos particulares de Cassandra.
Andarilho
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Assunto: Re: Salão Qui 13 Set - 14:00
O alívio que Ferrys sentiu ao descer foi interrompido drasticamente, pela voz que veio por tŕas dele.
Ele fecha os olhos, amaldiçoando a situação, e tentando organizar suas ideias. Ao abri-los novamente, observa a bela mulher que entra em seu campo de visão.
Instintivamente, ele olha ao redor, tentando captar se mais alguém estava prestando atenção aos dois. Não havia chegado há muito, e uma situação como essa só pioraria para seu lado.
Ele resolve encarar a mulher, com um ar preocupado.
- Pra falar a verdade, não...
Ele deixa a frase solta no ar, e decide aguardar o próximo movimento da mulher. Enquanto isso, aproxima-se da mesa vazia mais próxima, e se senta, indicando para que ela se sentasse também.
Narradora
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Assunto: Re: Salão Qui 13 Set - 14:11
A jovem mulher sorri com a resposta do estranho, e o segue até a mesa, assim que ela se acomoda levanta a mão chamado o garoto que corria para lé e para cá servindo os clientes:
- Ele não levará mais que dois minutos para chegar … e esse é exatamente o tempo que você tem para me convencer a contar ao Vougan sua pequena excursão nos aposentos da Cassy.
Ela cruza as pernas encostando na cadeira, enquanto o encara nos olhos.. sempre sorrindo.
Andarilho
Número de Mensagens : 78 Data de inscrição : 03/12/2010
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Assunto: Re: Salão Qui 13 Set - 15:35
Ferrys debruça-se sobre a mesa, tentando diminuir a distância entre os dois, mas não de forma ameaçadora. E começa a falar olhando nos olhos da mulher. O guerreiro sabe que, nessas horas, inventar mais histórias era arriscado.
- Estou aqui para pagar uma dívida de gratidão. Fui enviado para cá, para ajudar a reconstruir este reino. Tempo é uma coisa que não temos, então não posso esperar meses até ganhar a confiança de vocês.
Ferrys se afasta, apoiando suas costas no encosto da cadeira.
- Fui informado de que outros estariam aqui para ajudar nesta missão. Achei estranho uma taverna não ter quartos para alugar, e achei que os outros estariam escondidos. Minha intenção era subir e me apresentar a eles. Mas, realmente, não havia ninguém...
LIV
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Assunto: Re: Salão Sáb 15 Set - 21:56
A Donzela da Guerra desceu as escadas com calma, conversando com o gnomo ancião para distraí-lo da dor e mantê-lo lúcido. Mantinha o cientista flutuando a discretos cinco centímetros do pavimento, em posição ereta, simulando que caminhavam lado a lado. Usava de sua volumosa capa branca para ocultar maiores detalhes. Percebeu uma mesa no canto mais retirado do salão e rumou para lá, de forma resoluta.
Com gestos floreados das pequenas mãos a conduzir sua Magia, a garota acomodou o professor na cadeira mais ao canto, confortavelmente sentado e com os braços delicadamente pousados sobre o tampo da mesa. Sentou-se de frente para ele, apoiando Legião contra a parede ao seu lado e acomodando o grimório na corrente que trazia cruzada sobre o ombro, deixando o livro pender até seu colo com um leve tilintar dos elos que agora o prendiam.
- Muito bem, Mestre Smivfelheim. Sgaoileadh túrenna. É uma magia que amplia chances de sucesso, como indiquei ao senhor agora há pouco, antes do nosso desmaio acidental. Genees. Esta é mais difícil de explicar em termos científicos. Entenda, Tell... Posso chamar você de Tell? Entenda, a Magia Arcana é uma delicada película envolvendo uma realidade áspera, separando-a dos domínios etéreos e rarefeitos da Fé e dos deuses. Como uma luminosa bolha de sabão. E os Magos... os Magos, meu amigo de fascinantes olhos heterocrômicos, são os arquitetos de colossais bolhas de sabão.
A garota riu, uma risada que borbulhava e dava sensação de cócegas na ponta do nariz. O tempo inteiro manteve a atenção do gnomo focada nela, mas agora apontava para baixo, para os braços do cientista, com seus olhos de estrelas. E eles estavam imobilizados, enfaixados e funcionais! Não curados, mas era possível mexer os dedos, desde que não tentasse flexionar os cotovelos.
- Isso não paga minha dívida, Tell. Mas espero que forge nossa amizade. Estará bom em três dias. Por hora, não flexione cotovelos e pulsos. E tente achar um clérigo.
A meio-elfa piscou e recostou-se na cadeira, sorrindo.
Tellwyahonnius
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Assunto: Re: Salão Dom 16 Set - 13:50
Os papéis se inverteram bastante rápido, o gnomo pensava. Agora era ela quem conversava com ele e lhe dizia amenidades para distrair sua atenção do ferimento. O mundo gira rápido demais algumas vezes.
Sentiu os braços pesados, e olhou para o seu bracelete. Conferiu a temperatura dos Filtros. Assim que estivessem frios o suficiente, iria curar os próprios braços. Três dias era tempo demais pra não poder usar as mãos. Mas ainda levaria algum tempo até os filtros esfriarem. Talvez uma hora ou duas.
LIV escreveu:
- Muito bem, Mestre Smivfelheim. Sgaoileadh túrenna. É uma magia que amplia chances de sucesso, como indiquei ao senhor agora há pouco, antes do nosso desmaio acidental. Genees. Esta é mais difícil de explicar em termos científicos. Entenda, Tell... Posso chamar você de Tell? Entenda, a Magia Arcana é uma delicada película envolvendo uma realidade áspera, separando-a dos domínios etéreos e rarefeitos da Fé e dos deuses. Como uma luminosa bolha de sabão. E os Magos... os Magos, meu amigo de fascinantes olhos heterocrômicos, são os arquitetos de colossais bolhas de sabão.
A moça era uma poetisa, não se pode negar. Tell tinha suas próprias idéias sobre a natureza da magia arcana, mais... livre de crendices e superstições. Mas, teria de esperar até o corpo estar livre da morfina para poder falar sobre elas.
LIV escreveu:
Isso não paga minha dívida, Tell. Mas espero que forge nossa amizade. Estará bom em três dias. Por hora, não flexione cotovelos e pulsos. E tente achar um clérigo.
-"Voshê não me deve nada, mossa cusho nome naum pronunssiarei sub efeito de morphina... Eshtamosh quitsh"- o gnomo fez uma reverência desajeitada para a donzela, em agradecimento pela sua ajuda.
-"Precisamosh de um guia. Um lugarrrrr seguru... quando eshtivermos ambosh em condishões, posso eshplicarrrr melyor meu plano..."
LIV
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Assunto: Re: Salão Dom 16 Set - 14:40
A lógica do pequeno cientista não falhava. Certamente precisavam de um guia e de um lugar seguro. O que a Maga mais queria naquele momento era acesso a uma torre, três pavimentos simples já bastariam, de onde pudesse observar as estrelas e traçar um mapa. O Mapa. Finalmente tinha chegado ao Reino da Origem dos Sonhos e não poderia perder mais tempo do que o necessário. A corrida pela Filha Perdida estava no fim e a responsabilidade de não permitir que Cyric ganhasse repousava sobre os da Donzela da Guerra. Fosse qual fosse o nome que o Deus das Mentiras e da Morte assumia naquele plano e naquele mundo.
Precisava de um contato entre os nativos que pudesse fornecer informações confiáveis sobre os deuses locais, seus cultos e suas profecias. Saltando de mundo em mundo, percorrendo o caminho das lendas, Gunnhildr e os demais Astrólogos tinham encontrado fios soltos que formavam uma grande teia, um Padrão tecido pela Roda. Infelizmente, seu inimigo era poderoso demais. Um deus fratricida, assassino, pernicioso. Um deus contra meros mortais. Mortos. Ela tinha sobrevivido por ser exatamente a mais dispensável de todos.
Deu de ombros para si mesma e disfarçou o gesto ajeitando o manto branco ao redor do corpo pequeno. Haveria tempo para lamentar, para chorar e para se desesperar pelo corpo insepulto de Alahad. Haveria tempo para o luto por cada Astrólogo. Mas não naquele momento. Precisava manter a mente focada na missão. Sentiu um comichão conhecido e acariciou Legião, acalmando a arma. A espada (agora lança) do Deus da Guerra estava anormalmente agitada desde que chegaram àquele mundo.
- Cassandra, a estalajadeira, já deve estar descendo. Pediremos a ela que nos indique um bom guia e um lugar seguro para a noite. Mas, Tell, você é um viajante planar. Portal ou nave? - a Maga relanceou os olhos para os braceletes tecnológicos do gnomo e de volta para os olhos de cores diferentes do cientista - Nave. Não é segura para a noite?
Tellwyahonnius
Número de Mensagens : 30 Data de inscrição : 03/07/2018
Assunto: Re: Salão Dom 16 Set - 15:01
Chamar a Horizonte de "nave" era... estranho. Sim, era uma nave. Mas não exatamente. Talvez a palavra "Traje" fosse melhor aplicada.
Se a Horizonte estivesse plenamente funcional, teriam todos os lugares seguros do Multiverso a sua disposição. Mas ela estava destruída. O invólucro externo se rompera durante a chegada a este Plano, e Tell nem ao menos sabia ainda o que havia acontecido. Duvidava que havia cometido algum erro de cálculo.
O invólucro interno não era o suficiente para isso, e os Filtros de Retorno ainda estavam quentes demais, conforme Tell observava em seu Indicador de Fluxo. Teriam que recorrer a meios mais mundanos para conseguir se safar por enquanto.
Narradora
Número de Mensagens : 262 Data de inscrição : 28/05/2009
Assunto: Re: Salão Seg 17 Set - 9:03
***Liv e Tell***
Cassandra observa os dois estranhos que irromperam na noite calma e agitaram as coisas, aquela noite estava estranha e por graças já acabava. Ela segue até a janela e observa o alaranjado fraco do amanhecer ao longe, nessas horas a taverna já estaria quase vazia e ela se ocuparia de limpá-la antes de finalmente descansar.
Ela se vira dando mais uma olhada no quarto, estranhando o que a jovem maga havia dito. Uma presença estranha? Livrá-la do perigo? Ela devia estar sob efeito de medicamentos ainda.
Ela segue para a caixa que mantinha ao lado da cabeceira da cama, o mesmo lado que seu finado marido dormia. Que saudades dele, um homem tão gentil, antes de entrar para a guilda das trevas e se perder em meio a guerra. Bons dias aqueles, dias maravilhosos que jamais voltariam.
Após um longo suspiro ela desce para o salão, segue até Vougan e o atualiza dos acontecimentos. O ruivo faz uma cara fechada e se levanta. Em seguida segue com ela até a mesa onde a maga e o gnomo já conversavam mais livremente, aparentemente a situação estava sob controle:
- Preciso acalmar os ânimos e verificar como anda as coisas na taverna, por favor, caso precisem de algo podem falar com Vougan. Com sua licença. - Cassandra novamente olha para a maga, suas palavras ressoando em sua mente.
“Presença.. Não temos fantasmas no refúgio” - Ela sorri e se afasta dos três.
Vougan se aproxima e cumprimenta a jovem maga:
- Boa noite minha senhora, vejo que já está inteira novamente. Realmente um grande feto do meu companheiro de copo. - Uma breve olhada para o gnomo. - Porém vejo que ele não me saiu muito bem dessa situação.
- Estou aqui para pagar uma dívida de gratidão. Fui enviado para cá, para ajudar a reconstruir este reino. Tempo é uma coisa que não temos, então não posso esperar meses até ganhar a confiança de vocês.
Ferrys se afasta, apoiando suas costas no encosto da cadeira.
- Fui informado de que outros estariam aqui para ajudar nesta missão. Achei estranho uma taverna não ter quartos para alugar, e achei que os outros estariam escondidos. Minha intenção era subir e me apresentar a eles. Mas, realmente, não havia ninguém...
A mulher fica por alguns instantes séria, a vida no refúgio não era tão ruim quanto a que estava levando antes de vir para cá, mas ainda assim não era a vida de luxos a qual ela estava acostumada quando era criança. E ter um deslumbre do que poderia voltar a ter aquilo a fez levar o estranho a sua frente a sério:
- Você aparece do nada, se esgueira pelas sombras, e pede confiança? O que em você inspira confiança? De onde veio, e o que realmente procura aqui? Diz que pode “Nos salvar” - diz ela fazendo aspas com os dedos – Mas como poderia, se nem mesmo me diz a verdade sobre o que foi fazer lá em cima?
Ela o focava olhando a tenta suas expressões:
- Olha, sua proposta até que é tentador, e eu poderia estar inclinada a te ajudar… Mas antes precisa me dizer o que procura por aqui, porque claramente não vejo mais ninguém que esteja anunciando ser a salvação de todos nós.
Andarilho
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Assunto: Re: Salão Seg 17 Set - 14:18
Ferrys escuta atentamente à mulher. Após suas palavras desconfiadas, responde, dando de ombros.
- Eu também não estava anunciando uma possível salvação, até você dirigir a palavra a mim. E acredito que qualquer um nessa posição faria o mesmo, afinal, chegar num grande cavalo, anunciando a chegada da salvação seria, no mínimo, imprudente.
Ferrys cruza os braços, encarando a moça.
- A questão é que não sei quem são os outros. Assim como não sabia que eu mesmo faria parte disso, pouco antes de minha partida para cá. Mas acho que minhas palavras não são tão difíceis de acreditar, já que algumas coisas as corroboram.
Assim que termina de falar, Ferrys faz um leve gesto de cabeça, na direção da mesa onde estava uma mulher, um gnomo, e Vougan, conversando com os dois.
- Aqueles dois também não me parecem ser moradores da região...mas, não os conheço. Podem ser os ajudantes prometidos, como pode ser apenas uma coincidência...
O homem começa a se levantar, mas continua olhando para a mulher.
- De qualquer forma, vejo que, pelo menos por enquanto, não vou conseguir encontrar ou reconhecer os outros que aguardo. Esperava poder me alojar aqui, e aguardar, porém, como vocês já disseram, não há quartos disponíveis na taverna.
Ele, então, termina de se levantar. Mas continua parado.
- Como prova de minha boa vontade, informo-lhe que ficarei acampado na floresta, próximo daqui. Antes de encontrar este local, vi algumas árvores um pouco mais espaçadas, já próximo da borda da floresta. É lá que ficarei.
Ferrys segura levemente sua capa azul.
Deixarei uma tira de minha capa amarrada na árvore, para facilitar que me encontre.
Ele dá novamente de ombros, e um leve sorriso.
- Agora é com você. Pode me impedir de sair agora mesmo, ou pode dar minha localização aos protetores desta vila. Mas pode, também, aparecer por lá, e conversaremos mais. Agora, com licença. Já tomei demais o seu tempo.
Ferrys faz uma reverência à jovem mulher, e caminha em direção à saída.
LIV
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Assunto: Re: Salão Seg 17 Set - 19:13
Gunnhildr acena positivamente para a partida de Cassandra e - ato contínuo do mesmo gesto - faz uma pequena reverência de cabeça para Vougan:
- Preços que pagamos pelas noites de nossas vidas, Mestre Vougan. - a Maga dá uma piscadela divertida e sorri para o gnomo e o... mhm guerreiro? Talvez Vougan fosse algum tipo de mercenário ou guarda-costas. Era certo que, em outra mesa, um homem havia olhado na direção deles e seu olhar cruzou com o da Donzela da Guerra. E Legião se agitou novamente, mas agora em uma cadência diferente.
A meio-elfa percebeu o sujeito se levantar da mesa encerrando a conversa com uma jovem atraente, floreando a capa como se mostrasse algo e rumando para a saída. E então tomou uma decisão.
Agarrando habilidosamente a grande lança negra com uma mão e colocando o cientista dopado de morfina de pé com a outra, a garota disse rapidamente:
- Agradeço imensamente a atenção, gentil cavalheiro. Espero breve tornar a vê-lo, pois tenho uma dívida de vida com a Senhora Cassandra. E uma Astróloga sempre paga suas dívidas. Entretanto, partimos agora, certo, Tell? Isso mesmo, de pé. Muito bem, meu pequeno amigo. Vamos indo, sim? Avise a Senhora Cassandra que breve retornaremos, Mestre Vougan. No amanhecer do sétimo dia, no mais tardar! Por hora, adeus adeus, e que a luz das Sete Estrelas seja um farol onde se erguerem as Trevas.
A pequena Maga e o gnomo ainda menor faziam uma dupla engraçada de se ver, era provável. Mas a Astróloga não ligava para isso no momento. Só queria alcançar aquela pessoa antes que saísse da taverna. Meio guiando, meio empurrando o gnomo, a garota se aproximou do estranho exatamente quando alcançava a soleira da porta.
- Confio que conheça paragem segura para o que resta da noite, Senhor...? - a Maga afastou os cabelos cor-de-luar para trás da orelha, tendo falado baixinho com o homem @Andarilho, de modo que apenas os três (Maga, estranho e gnomo) pudessem ouvir.
Tellwyahonnius
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Assunto: Re: Salão Ter 18 Set - 22:45
O pequeno corpo do gnomo pesava duas toneladas. Deuses, estava cansado. A jovem maga possuía conhecimento das artes médicas, mas não as dominava, pelo jeito. Aplicara uma dose forte demais de morfina para o pequeno corpo de Tellwyahonnius. O cientista cambaleava. Quem o visse perto da maga juraria que estava completamente bêbado. Observou o indicador de temperatura dos filtros. Ainda precisava de mais alguns minutos. A noite fria estava ajudando a resfriá-los mais rapidamente.
-"Meshtre Ruivo, eu lye agradesso a hoshpitalidade e lye desesho tudo de bom. Até a volta!"- era tudo o que Tellwyahonnius conseguiu dizer a Vougan
Em seguida, Liv guia Tellwyahonnius com mais pressa do que o gnomo poderia caminhar, e ele tropeça levemente, mas sem perder o equilíbrio, que já era frágil. Ela se aproxima do homem de capa azul e lhe pergunta sobre uma guarida segura
-"Uma boa noitsh para o senhor, nobre viajantsh"- Tell faz uma reverência sonâmbula. Bigodes, assim que puder pôr os pés fora da taverna, iria usar a Horizonte pra se curar.
Andarilho
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Assunto: Re: Salão Qua 19 Set - 8:24
Ferrys estanca assim que ouve a voz da mulher atrás dele. Por um momento, acreditou que a mulher não fora convencida com suas palavras, e estavam ali para detê-lo. Apesar de decepcionado com a situação, coloca em seu rosto o semblante mais calmo possível, e vira-se para a mulher.
LIV escreveu:
- Confio que conheça paragem segura para o que resta da noite, Senhor...?
Sua expressão se alivia um pouco, ao ver que eram outros, que julgava serem de fora também. Mas, ainda assim, continuava atento.
- Ferrys. E infelizmente não, gentil senhorita. Esperava que este fosse um local para descansar meus ossos, mas não possuem quartos por aqui.
Tellwyahonnius escreveu:
-"Uma boa noitsh para o senhor, nobre viajantsh"-
Ferrys retribui a reverência, acenando levemente para o gnomo, mas com um olhar curioso. Olhando agora, de perto, ele não parecia nada bem.
- Saberia me indicar algum, senhorita...?
Narradora
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Assunto: Re: Salão Qua 19 Set - 9:32
*** Liv, Ferrys e Tell***
A ruiva se levanta da mesa e apoiada na mesma, com a taça de vinho nas mãos observa Ferrys se afastar, ela pretendia chamá-lo, apesar de desconfiar dele simpatizou com a cara do sujeito, porém antes que pudesse fora interrompida pelos demais forasteiros:
Andarilho escreveu:
- Saberia me indicar algum, senhorita...?
Ela então se aproxima das três figuras, andando compasadamente:
- Não que eu confie em você. - Fala olhando diretamente para Ferrys – Mas também não deixarei que durma na floresta, afinal onde estaria minha hospitalidade.
Ela sorri e vira o resto do vinho em apenas um gole:
- Meu irmão tinha uma pequena cabana, porém em uma das incursões a Vasta ele não voltou, e hoje o local está vazio. Ela fica próximo a floresta, me siga se assim desejar.
A ruiva lança um breve olhar para a mulher e o gnomo que abordaram Ferrys, e sorri esperando que se pusessem a caminho junto a ela.
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Off: Liv, Ferrys e Tell sigam para o tópico “Cabana Abandonada” que pode servir de local seguro por enquanto.
Andarilho
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Assunto: Re: Salão Qua 24 Out - 12:37
Ferrys se aproxima da Taverna, correndo tanto quanto seu fôlego permitia. Ao chegar à porta, apoia a mão no batente, inclinando o corpo para frente, buscando mais ar para dar energia a seu corpo. Aguarda alguns segundos até se recompor minimamente, e então entra.
Seus olhos percorrem o salão, procurando Vougan.
Narradora
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Assunto: Re: Salão Qui 25 Out - 7:45
*** Ferrys***
Quando Ferrys chegou a taverna, a uma primeira vista ele viu apenas alguns poucos bêbados nos cantos. O lugar já estava limpo dos resquícios da noite anterior, porém Cassandra não estava a vista, devia estar nos fundos, pois o cheiro de pão assado já começa a tomar do lugar.
Ao fundo do salão Ferrys pode observar Vougan descendo das escadas dos aposentos de Cassandra, ele estava com uma roupa leve e andava sonolento, entre um bocejo e outro.
Quando o ruivo observa Ferrys ofegante na porta da taverna seu olhar muda, um tom desperto recai sobre seu rosto e as sobrancelhas começam a franzir, no mesmo instante ele segue em direção a Ferrys:
- O que houve?
Andarilho
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Assunto: Re: Salão Qui 25 Out - 18:10
Assim que avista Vougan, Ferrys caminha em sua direção, aproximando-se rapidamente.
- Inimigos, prontos para atacar! Estão vindo pela floresta! Não sei quantos são, mas o barulho que fazem indica que são muitos!
Ferrys coloca a mão no ombro de Vougan.
- Precisamos daqueles dispostos a lutar, e os que não puderem, que se protejam!
Olha novamente ao redor, na esperança de encontrar gente disposta (e sóbria) para enfrentar a ameaça que vinha.
- Estamos em uma cabana abandonada, próxima daqui. Lá será nosso ponto de resistência. Se não puderem ir, que protejam os moradores!
Dito isso, Ferrys dá meia volta, em direção à saída da taverna. Tinha que voltar o quanto antes. Quanto mais gente no local, maior a resistência.
Narradora
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